Departamento de Aids defende remédio nacional, mesmo que mais caro
Novo diretor da instituição diz que produção é questão de independência
Efavirenz teve a patente quebrada e passou a ser produzido por laboratório nacional |
O novo diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco, defendeu a estratégia de comprar medicamentos genéricos para Aids de laboratórios nacionais, mesmo com preços muitas vezes superiores aos cobrados por indústrias estrangeiras.
– Trata-se de um investimento na produção nacional e, sobretudo, na independência do país nessa área. Os preços mais baixos de empresas estrangeiras vêm de uma produção em grande escala e uso de mão de obra muito barata.
O programa de combate à Aids brasileiro é considerado um dos mais importantes do mundo, por ter garantido aos portadores do HIV o acesso universal aos medicamentos. Porém, nos últimos meses, a imagem do programa foi abalada em razão da falta de pelo menos quatro antirretrovirais, alguns deles fabricados por laboratórios internacionais, o que gerou protestos em todo o país. Os antirretrovirais são substâncias que impedem a multiplicação do HIV e diminuem a quantidade do vírus no organismo.
Greco assume o posto na segunda-feira (2), em substituição à pediatra e sanitarista Mariângela Simão, que ocupa o cargo desde abril de 2006.
Ele disse não concordar com as críticas de que o país reduziu investimentos na área de prevenção à doença, mas admite ser importante criar estratégias para enfrentar um fenômeno preocupante: a redução do uso de preservativos.
– A Aids é erroneamente considerada por parte da população como um problema já resolvido.