21 julho 2010

Dia Mundial do Diabetes


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Em 14 de novembro é comemorado o Dia Mundial do Diabetes. A data foi definida pela Federação Internacional de Diabetes (IDF), entidade vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), e introduzida no calendário em 1991, como resposta ao alarmante crescimento do diabetes em todo o mundo. 


Em 2007, a Assembléia-Geral da ONU aprovou a Resolução nº 61/225, considerando o diabetes um problema de saúde pública e conclamando os países a divulgarem esse dia como forma de alerta e os governos a definirem políticas e suporte adequados para os portadores da doença. 



Por coincidência, também em 2007, entrou em vigor, no Brasil, a Lei nº 11.347/2006 de autoria do ex-senador José Eduardo Dutra, que dispõe sobre a distribuição gratuita de medicamentos, e materiais necessários à sua aplicação, para o tratamento de portadores de diabetes, reforçando, assim, a garantia constitucional do Sistema Único de Saúde (SUS) de atendimento universal e equânime. 



A LOGO MUNDIAL



O símbolo global do diabetes é o círculo azul. Criado como parte da campanha mundial de conscientização “Unidos pelo Diabetes”, ele foi adotado em 2007. O círculo simboliza a vida e a saúde, e o azul reflete o céu que une todas as nações. A junção do círculo com a cor azul significa a unidade da comunidade global em resposta à epidemia do diabetes e funciona como um estímulo para a união da luta de controle da doença em todas as nações.

TEMA


O foco da campanha mundial de 2008 é “Diabetes nas Crianças e Adolescentes”.



Por dois anos consecutivos, a IDF destacou, como foco da campanha, as crianças e os adolescentes, com o objetivo de aumentar a conscientização de pais, cuidadores, professores, profissionais de saúde, governos, políticos e sociedade em geral para um fenômeno mundial preocupante: o diabetes é uma das doenças crônicas mais comuns na infância.



Segundo a IDF, o diabetes tipo 1 cresce cerca de 3% ao ano em crianças na fase pré-escolar.



Já o diabetes tipo 2, antes tido como uma doença de adulto, vem crescendo em taxas alarmantes em crianças e adolescentes, como conseqüência da epidemia mundial de sedentarismo, da obesidade e de maus hábitos de consumo alimentar. Soma-se a esses fatores, os diagnósticos inadequados e tardios com graves conseqüências para a criança.



OBJETIVOS



GERAL 


Após a resolução aprovada pela ONU em 2007, entidades mundiais, comunidade global, associações de portadores e entidades científicas ligadas ao diabetes fizeram uma ação para iluminar monumentos e edifícios, em todo o mundo, com ícones em azul para marcar o dia 14 de novembro. Um total de 279 monumentos-ícone foram iluminados com as mensagens da campanha de 2007, que foram vistas por cerca de 1,2 bilhão de pessoas nos cinco continentes. No Brasil, foram 65 monumentos, entre eles o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro (RJ); o Elevador Lacerda, em Salvador (BA); o Museu de Arte de São Paulo (MASP), a Santa Casa de Misericórdia e Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo (SP). 


Os prédios iluminados funcionam como sinalizadores de esperança para milhões de portadores de Diabetes em todo o mundo, chamando a atenção de governos e da sociedade para o fato de que a epidemia global da doença não pode mais ser ignorada. 



Em 2008, a meta é alcançar um total de 500 monumentos; 265 já estão confirmados em mais de 25 países comprometidos em tornar o mundo azul. O objetivo é chamar a atenção sobre o impacto do diabetes, sobretudo para estimular políticas públicas que favoreçam e possibilitem que os portadores da doença vivam mais e melhor. 



No Brasil, diversos eventos já estão programados por parte de entidades privadas e públicas, entre eles a iluminação da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis (SC), do elevador Lacerda em Salvador (BA), do Maracanã e do Cristo Redentor no Rio de Janeiro (RJ), além de outras atividades em diversas de cidades brasileiras. 



ESPECÍFICOS 



Os objetivos da campanha do Dia Mundial do Diabetes são conscientizar sobre o aumento de casos de diabetes tipo 1 e tipo 2 em jovens e ressaltar a importância do diagnóstico precoce e de educação em diabetes, o que ajudaria a reduzir complicações crônicas e a salvar vidas. 



Incentivar crianças e adolescentes a adquirirem novos hábitos alimentares e a praticarem atividades físicas é uma das importantes tarefas de pais, responsáveis e todos os profissionais envolvidos com a educação. Quando não detectado logo nos primeiros anos de ocorrência, o diabetes pode ser fatal. Pais, familiares, médicos e professores devem conhecer os sintomas para possibilitar o tratamento imediato e evitar complicações da doença.



DADOS ESTATÍSTICOS



DADOS ESTATÍSTICOS NO MUNDO



O diabetes está se tornando a epidemia do século e já afeta cerca de 246 milhões de pessoas em todo o mundo. Até 2025, a previsão é de que esse número chegue a 380 milhões. Estima-se que boa parte das pessoas que têm diabetes, doença que pode atingir crianças de qualquer idade, desconhece a sua própria condição. 



DADOS ESTATÍSTICOS NO BRASIL



No Brasil, de acordo com o Vigitel 2007 (Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis), a ocorrência média de diabetes na população adulta (acima de 18 anos) é de 5,2%, o que representa 6.399.187 de pessoas que confirmaram ser portadoras da doença. 



A prevalência aumenta com a idade: o diabetes atinge 18, 6% da população com idade superior a 65 anos. Veja gráficos abaixo: 





POLÍTICA DE ATENÇÃO AO DIABETES NO SUS



INTRODUÇÃO



O diabetes representa um alto índice de morte e incidência da doença, além de ter alto custo social e financeiro para a sociedade e os sistemas de saúde. O reconhecimento desse impacto crescente vem determinando a necessidade dos serviços públicos de saúde se estruturarem adequada e criativamente para conseguir enfrentar o problema com eficácia e eficiência. 



O Ministério da Saúde vêm implementando diversas estratégias de saúde pública, economicamente eficazes, para prevenir o diabetes e suas complicações, por meio do cuidado integral a esse agravo de forma resolutiva e com qualidade. 



O Sistema Único de Saúde (SUS) possui um conjunto de ações de promoção de saúde, prevenção, diagnóstico, tratamento, capacitação de profissionais, vigilância e assistência farmacêutica, além de pesquisas voltadas para o cuidado ao diabetes. São ações pactuadas, financiadas e executadas pelos gestores dos três níveis de governo: federal, estadual e municipal. As ações de assistência são, na maioria, executadas nos municípios, sobretudo por meio da rede básica de Saúde. 



A ênfase na rede básica se dá através de protocolos clínicos, capacitação de profissionais de saúde, assistência farmacêutica com fornecimento gratuito dos medicamentos essenciais, incluindo as insulinas NPH e Regular e também pelo fornecimento de insumos para auto-monitoramento da glicemia capilar (lancetas e seringas para aplicação de insulina). É importante destacar a ampliação do acesso aos serviços de saúde dos portadores de diabetes por meio das equipes da Estratégia Saúde da Família. 



O SIS-Hiperdia, programa informatizado de cadastro e acompanhamento de portadores de Diabetes e Hipertensão na rede básica de saúde, aponta cerca de 1.900.000 portadores cadastrados e acompanhados na rede básica do SUS. 



ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA


O SUS fornece gratuitamente, para a rede básica de saúde, os medicamentos essenciais para o controle do diabetes. O elenco de referência tem financiamento pactuado das três esferas de governo. O Ministério da Saúde repassa recursos para estados e municípios que adquirem e distribuem os medicamentos e insumos necessários, como glicosímetros, fitas reagentes para medida da glicemia capilar, seringas e agulhas para aplicação de insulina. 


O ministério também é responsável pela aquisição e distribuição, para todo o país, das insulinas NPH e Regular, sendo o maior comprador mundial de insulina, de acordo com os dados de aquisição/consumo abaixo:


Aquisição/consumo de insulina


NPH 


  • 2003: 5.524.000 fr/amp; 

  • 2004: 7.743.780 fr/amp; 

  • 2005: 10.700.000 fr/amp; 

  • 2006: 11.475.000 fr/amp; 

  • 2007: 10.700.000 fr/amp; 

  • 2008: 11.656.800 frascos + 902.935 (estoque estratégico).
Consumo Médio Mensal estimado de 971.400 frascos para a programação 2008/2009; projeção de aumento no consumo para a próxima temporada em torno de 7,6% 


Regular:936.000/ano (2008) 



No contexto da assistência farmacêutica, também não podemos deixar de destacar o Farmácia Popular, programa do governo Federal que funciona como mecanismo de ampliação de acesso a medicamentos. São farmácias e drogarias privadas e cadastradas ao programa que oferecem preços até 90% mais baixos do que os cobrados nos estabelecimentos privados não-cadastrados.



PREOCUPAÇÃO COM A PREVENÇÃO


Como outra medida de controle do diabetes, vale destacar a política de Promoção da Saúde que tem como uma das prioridades o estímulo à atividade física e o Programa Saúde na Escola (PSE), que tem o objetivo de prevenir e promover a saúde dos escolares, por meio de avaliações do estado nutricional, incidência precoce de hipertensão e diabetes, controle de cárie, acuidade visual e auditiva e também psicológica. 


O PSE, iniciado há cerca de dois meses, vai avaliar as condições de saúde dos escolares e realizar ações de promoção da saúde, prevenção de agravos e educação permanente, além de capacitar profissionais para realizar o monitoramento e a avaliação da saúde dos estudantes. 



Um dos principais objetivos é orientar sobre a segurança alimentar e a promoção da alimentação saudável, bem como estimular as práticas corporais e a atividade física, fatores essenciais para uma prevenção primária do diabetes. 



Promover a formação e o aperfeiçoamento de profissionais que atuam na rede de atenção básica, de modo a estimular e aprimorar o desenvolvimento de ações e atividades de apoio à realização do auto cuidado pelo portador de diabetes, também ações trabalhadas pelo Ministério da Saúde. 



ESTÍMULO AO AUTO-CUIDADO E AUTONOMIA 



O Ministério da Saúde está desenvolvendo uma Estratégia de Educação em Saúde para o Auto-Cuidado voltado para o portador de diabetes e sua família, com a construção de uma rede de tutores e multiplicadores em âmbitos regional, estadual e local. O objetivo é desencadear metodologia ativa que tenha impacto na prática de cada profissional e capacitá-lo a executar ações com a finalidade de desenvolver autonomia para o auto-cuidado, construção de habilidades e desenvolvimento de atitudes que conduzam o portador de diabetes à contínua melhoria do controle sobre a doença, alcançando o progressivo aumento da qualidade de vida e a redução das complicações do diabetes mellitus. 


Essa capacitação está prevista para ser iniciada em abril de 2009, com a formação de 100 ativadores em todos os estados da federação que deverão multiplicar para 1.000 até o final de 2009. Além dessa ação, também estão sendo produzidas matérias informativas de diversos tipos e mídia que ficarão disponíveis na rede virtual do Telessaúde e do Unasus (Segestes). 


CIÊNCIA E TECNOLOGIA (PESQUISAS): 



O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Ciência e Tecnologia, prioriza e financia o desenvolvimento de pesquisas clínicas, análises de custos e de tecnologias em saúde, com o objetivo de qualificar o cuidado integral a diversos agravos, e o diabetes é uma prioridade. 



Preocupado com o avanço da doença na criança e adolescentes brasileiros e sabendo que medidas de prevenção primária são mais efetivas em idades precoces e ainda pelo fato de que não há informações quanto à prevalência dessas condições em nível nacional, o Ministério da Saúde lançou um edital, por meio de chamada pública (MCT/FINEP/MS/SCTIE/DECIT – CT-SAÚDE e FNS), com o objetivo de selecionar instituições científicas e tecnológicas para desenvolvimento de um projeto, visando o desenvolvimento de inquérito nacional para determinação da prevalência e magnitude dos determinantes de diabetes e outros fatores de risco cardiovasculares em adolescentes, a chamada síndrome metabólica. Os objetivos específicos são determinar a magnitude de diabetes e outros fatores de risco cardiovasculares individuais e potenciais em adolescentes de 12 a 17 anos nas populações brasileiras de cidades de mais de 100 mil habitantes. 



O projeto deverá ser selecionado em novembro de 2008 e deverão ser aplicados cerca de R$ 6,5 milhões. O prazo de execução será de 36 meses. 
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