Sensor ajuda diabético a medir glicose sem picadas nos dedos
Sensor de glicose pode substituir kits que precisam picar o dedo do paciente para avaliação do sangue. Crédito: Ray Carson/University of Florida. |
Sistema manda informações para receptor do tamanho de um celular
Engenheiros da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, criaram um sensor que é inserido na pele para medir o nível de glicose de sangue, o que pode ajudar portadores de diabetes a controlar a doença sem o incômodo de aparelhos que exigem picadas nos dedos para fazer esse registro. O implante funciona por mais de um ano e pode ser substituído.
O diabetes é uma doença em que a insulina do corpo ou é destruída ou não age de forma adequada. Sem esse hormônio, a glicose não chega até as células, que precisam dela para transformá-la em energia. Por isso, são necessárias medições constantes nos níveis de glicose, para manter o problema sob controle. O diabetes é uma das doenças crônicas que mais atingem os brasileiros, chegando a 3,6% da população em geral.
O aparelho tem cerca de 3,8 cm de diâmetro e 1,5 cm de espessura e poderia ser implantado em um procedimento de ambulatório, sem necessidade de internação. As informações sobre a glicose são enviadas para um receptor de dados do tamanho de um celular – as informações poderiam inclusive para um programa instalado nesse tipo de telefone.
O sensor pode ser usado para alertar os pais se o nível de glicose dos filhos caíssem para níveis perigosos durante a noite, diz David Gough, principal autor de um estudo sobre o assunto, publicado pela revista científica Science Translational Medicine.
– Há pais com filhos diabéticos que perdem as noites de sono pela preocupação de que as crianças tenham hipoglicemia à noite.
Gough diz que a vantagem é que o monitoramento do problema passaria a ser constante.
– Hoje, o tratamento exige quatro picadas por dia nos dedos para medir os níveis de glicose, mas essas taxas podem variam bastante entre cada análise. Nós estamos indo na direção de algo é que é automático e bastante discreto.
O sistema já foi testado em animais e agora deve ser analisado em humanos.