30 janeiro 2011

Doações de órgãos em Pernambuco caem a nível crítico


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O mês de janeiro vem servindo de sinal de alerta para a Central de Transplantes de Pernambuco (CT). Amargando o menor nível de doação da série histórica dos anos 2000, a instituição pode não atender a lista de pacientes que necessitam de órgãos sadios para continuar vivendo. No que diz respeito às doações múltiplas, que inclui coração, fígado, rim e pâncreas, a queda é de 25%, enquanto as  córneas, responsáveis pelo maior número de transplantes no estado, diminuíram até 33% neste mês. A notícia é ainda mais preocupante quando se leva em consideração que em 2010 foram realizadas 16% menos transplantes em relação ao ano anterior. 

Apesar de correr contra os números, o faturista de Camaragibe, Carlos Barros de Santana, está confiante de que vai conseguir um fígado novo para continuar sua vida. Aos 56 anos, o homem convive com consultas e internamentos frequentes há 3 anos, decorrente de complicações provocadas por uma esquitossomose e por um problema já superado de alcoolismo. Por conta da gravidade do quadro, Carlos, hoje internado no Hospital Amaury de Medeiros, ocupa as primeiras posições na lista de pacientes que podem receber o órgão e aguarda, ansioso, que os números de doações voltem a subir. “Precisamos de corações bons para salvar a vida, não apenas minha, mas de outras três pessoas. Tenho esperança de que, se Deus quiser, haverá alguém que vai me tirar dessa situação em que tudo que é feito é apenas paliativo”, afirma. 

Com exceção dos transplantes de válvulas cardíacas e rins, todos os demais órgãos sofreram redução em 2010, em relação ao ano anterior. Foram 831 procedimentos, contra 991 em 2009. A redução inclui corações, medula óssea e até mesmo as córneas que, em números absolutos, sempre representaram o maior número de transplantes no estado. 

A realidade disparou o sinal vermelho da Central de Transplantes, que hoje tem 3273 pessoas na lista de espera por um órgão (sendo 7 por coração, 266, fígado, 1815, rim e 1185 córneas). “No pior ano, tivemos pelo menos 30 córneas e quatro doações múltiplas. Este mês, recebemos a terceira múltipla ontem à noite, realidade muito abaixo do esperado e menos ainda do que o necessário. Um órgão doado pode redeterminar o limiar da morte”, defende a gerente da CT, Zilda Cavalcanti. 

Campanha – Segundo Zilda, além do trabalho com as famílias, é necessário envolver os profissionais de saúde com mais afinco não apenas na celeridade do diagnóstico de morte cerebral (condição necessária para que seja realizada uma doação múltipla), mas também no acolhimento das famílias.

Justamente por isso, a partir da próxima semana, uma campanha de sensibilização da classe médica será realizada no Hospital da Restauração, com o objetivo de alertar para a necessidade destes profissionais estarem sempre atentos quanto à possibilidade de reutilização de órgãos dos pacientes. “Quando há mais esclarecimento e um tratamento mais adequado é muito mais fácil que os familiares concordem com a doação. Não há um comprometimento do corpo e, nesse caso, dizer ‘sim’, representa vida para várias outras pessoas que precisam”, conclui.

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