25 julho 2010

Período de chuvas também é de preocupação com a leptospirose


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Reprodução / TV Globo

Desde o pico das enchentes, no dia 17 de junho, até agora, a Secretaria de Saúde notificou 175 casos da doença em Pernambuco
O período de chuvas também é de preocupação com a saúde. O tempo úmido facilita a o aumento de várias doenças. Algumas são bem comuns, como a gripe. Outras - se não houver prevenção e tratamento adequado - podem até matar. Uma delas é a leptospirose, também conhecida como a doença do rato.

As poças e alagamentos são inevitáveis durante o período de chuvas. E perigosas também. A bactéria chamada leptospira adora ficar nesses locais durante o inverno. Umidade é fundamental para que possa se reproduzir. Desde o pico das enchentes, no dia 17 de junho, até agora, a Secretaria Estadual de Saúde notificou 175 casos de leptospirose em Pernambuco. Desses, 13 foram confirmados, 145 estão em investigação e 17 foram descartados. 
A bactéria está presente na urina de vários animais. Eles não desenvolvem a doença, chamada de leptospirose, mas podem passá-la para o homem. Nas cidades, os ratos são os principais transmissores. “O ato de urinar do rato é uma forma de comunicação. Ele se expressa através da urina. Como eles vivem na rede de esgoto, essa urina contamina essa água e, quando chove, ela transborda e vai para o meio ambiente, as vias públicas”, explicou o gerente de Vigilância à Saúde de Recife, Jurandir Almeida.
A leptospirose penetra através da pele e de mucosas (olhos, nariz, boca) ou através da ingestão de água e alimentos contaminados. A presença de pequenos ferimentos na pele facilita a transmissão. Em caso de grandes enchentes, os sintomas podem aparecer até três dias depois. A média é de sete a dez depois da exposição à bactéria.
“Os sintomas são febre, dor nos músculos, principalmente na batata da perna, dor de cabeça, mal estar e cansaço. A doença pode evoluir para complicação respiratória ou insuficiência renal”, disse a gerente de Epidemiologia do Recife, Denise de Oliveira.
O que mais preocupa os profissionais da área de saúde é a demora da população em procurar atendimento. De 12% a 15% dos pacientes morrem porque não foram logo o médico. Em áreas onde há suspeitas de pessoas doentes, os agentes de saúde usam três tipos veneno para matar ratos. 

PREVENÇÃO

Mas a prevenção é mesmo a melhor maneira de combater a leptospirose. A contaminação das ruas e casas também pode ocorrer quando os ratos saem das tocas em busca de comida. Por isso é importante mantê-los longe. Lixo jogado assim atrai os roedores.
A aposentada casa Maria de Lourdes Santos mora em frente a um terreno onde os vizinhos jogam a sujeira. E ela sofre as conseqüências. Ela tem medo da doença e procura não facilitar a vida dos ratos. “Eu coloco pano para evitar que eles entrem pela brecha da porta, guardo comida da geladeira”, contou. 
Maria de Lourdes está cuidando da parte de dentro de casa mesmo assim esse trabalho não está evitando a presença de ratos. A explicação pode estar no quintal, onde eles encontram tudo precisam para viver e se reproduzir.
Garrafas, caixas, material de construção, servem de abrigo. O saco de lixo está ao alcance dos ratos. Os agentes de saúde explicam que todo lixo deve ser guardado em baldes e só colocado na rua, quando o caminhão for passar.
A diretora de Vigilância à Saúde de Recife, Adeílza Ferraz, dá outras dicas. “Quem for tomar um refrigerante, uma cerveja ou qualquer bebida em lata, faça uma limpeza antes, pois durante o acondicionamento do produto, o rato pode ter urinado nele. É imprescindível também usar bota ou sacos de plástico nas mãos e pés, se a pessoa precisar passar por um local alagado. Além disso, use água sanitária misturada com água para fazer a limpeza do ambiente”, disse.
Uma ação de desratização está sendo realizada também nas áreas não atingidas pelas enchentes para coibir a migração dos roedores, principais transmissores da leptospirose. Assim como a população, os roedores estão migrando para as áreas menos afetadas pelas chuvas. E a tendência é que eles se desloquem para as proximidades dos abrigos, onde há acúmulo de pessoas, lixo e outros materiais. 
Outros animais também podem transmitir a doença, inclusive os bichos que criamos em casa. Por isso, é bom prestar atenção no ambiente onde eles vivem. “Eles podem ser infectados pela urina do rato que nem o homem e podem passar a doença para os humanos através da mordida, do xixi. Por isso é importante vacinar o animal e, no período de chuva, reforçar ainda mais a imunização”, falou o médico veterinário Leonildo Galiza.
Os hospitais de referência no tratamento da leptospirose, em Pernambuco, são o Oswaldo Cruz e o Barão de Lucena, ambos no Recife. Informações podem ser obtidas na Ouvidoria de Saúde do Estado: 0800 281 1520.

Da Redação do pe360graus.com
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