Brasil mantém queda sustentada de mortalidade infantil
Entre 1990 e 2008, índice caiu 54%. Queda é mais acelerada entre bebês com mais de 28 dias de vida, mesma tendência observada em países desenvolvidos
O Ministério da Saúde alerta para possíveis erros de interpretação da manchete de hoje do jornal Folha de São Paulo (“Em 20 anos, sobe 39% proporção de mortes neonatais). Por isso, esclarece que:
1) A mortalidade infantil tem caído de forma sustentada e significativa em todas as faixas etárias até os 5 anos de idade.
2) Os índices vêm sendo reduzidos mais drasticamente na faixa entre 29 dias e 12 meses de idade. Por isso, é natural que a PROPORÇÃO de óbitos neonatais (ou seja, até 28 dias) tenha aumentado em relação ao todo.
3) Entre 1990 e 2008, A MORTALIDAE NEONATAL CAIU 36% (a quantidade de óbitos baixou de 46.893 para 29.881). No mesmo período, a mortalidade infantil geral (de zero até 12 meses de vida) teve redução de 54%: o número de mortes caiu de 95.476 para 43.601.
4) Ou seja: há uma mudança no perfil da mortalidade infantil no país. Esta é uma tendência observada em países desenvolvidos pois está relacionada à melhoria da saúde das crianças a partir de ações de prevenção a doenças por meio de vacinação, combate à desnutrição e diarréias agudas.
5) O Ministério da Saúde tem focado sua atuação para a redução da mortalidade neonatal por meio de medidas como:
• A ampliação do acesso ao pré-natal: em 2009, foram realizadas 19,4 milhões de consultas – um aumento de 125% em relação a 2003;
• O aumento do número de leitos de UTI neonatal: até o final do ano, 775 novos leitos se somarão aos atuais 7.307;
• O aumento das Equipes de Saúde da Família (4.731 equipes) atuando no Pacto para a Redução da Mortalidade Infantil, lançado em 2009 com o objetivo de reduzir em 5% ao ano as mortes de crianças, principalmente na Amazônia Legal e na região nordeste;
• A ampliação do investimento financeiro nos hospitais Amigo da Criança, na Rede Perinatal Norte Nordeste e nas capacitações para o “Método Canguru”;
• A qualificação de 7,5 mil médicos e quase 30 mil profissionais que atuam em maternidades, UTIs neonatais e no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
6) No ritmo que vem reduzindo seus índices de mortalidade infantil, o Brasil atingirá, em 2012, a 4ª meta do Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – três anos antes da data-limite fixada pela Organização das Nações Unidas (ONU).