Um terço dos centros para idosos cumpre normas do Ministério da Saúde
Principal problema é a falta de profissionais capacitados
Estudo concluído no fim de 2009 pelo Ministério da Saúde aponta que, dos 150 centros de referência para a saúde do idoso existentes no país, apenas 50 estão nos moldes preconizados pela pasta.
Segundo Luiza Maia, coordenadora de saúde do idoso do ministério, a principal limitação dos centros, cuja criação foi induzida por uma portaria de 2002, é a falta de profissionais capacitados, entre médicos geriatras e gerontologistas (profissionais de diversas áreas habilitados para as questões do idoso).
A situação é mais grave no Norte e no Nordeste, onde a pasta decidiu capacitar 500 profissionais. Atualmente, 70% dos idosos no país - cerca de 14 milhões de pessoas - dependem do SUS (Sistema Único de Saúde) e 25% deles têm problemas importantes de saúde ou estão de cama.
Luiza comentou os resultados durante o 17.º Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, em Belo Horizonte.
- Precisamos de pessoal bem formado, que não veja as questões de saúde do idoso como algo normal, coisa da velhice.
O ministério promete modificar a política para que os centros, criados para assistir principalmente vítimas de demências, recebam todos os idosos fragilizados - por exemplo, portadores de múltiplos problemas de saúde.
Além disso, destacou Luiza, é preciso que os centros estejam integrados à rede de saúde. A maioria deles, segundo ela, é ligada a universidades e a seus hospitais, muitos deles fechados para o atendimento amplo.
A responsabilidade da instalação e manutenção dos centros é de Estados e municípios.
Diante do envelhecimento acelerado da população, Luiza defendeu que a área tenha tanta importância no SUS quanto as ações contra a Aids.
- Todos os Estados brasileiros têm 7% de população idosa.
Hoje, 26% da população brasileira tem até 14 anos e 6,6% possui 65 anos ou mais. Em 2050, idosos serão 22,7% e adolescentes, 13,1%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
DO r7